FERNANDO PESSOA
Nascido em Lisboa a 13 de junho de 1888, Fernando Pessoa foi um importante escritor português. Contudo, as suas obras só começam a receber um maior reconhecimento após a sua morte, em 30 de novembro de 1935, sobretudo devido ao facto de o autor ter publicado somente uma pequena parte das suas obras em vida.
A sua educação foi determinada pelo segundo casamento da mãe, em 1895, com o cônsul de Portugal na África do Sul, João Miguel Rosa, o que obrigou a que a família se deslocasse para Durban, onde Pessoa viveu e estudou até aos 17 anos, idade com que regressou a Lisboa, onde terá passado a maior parte da sua vida, desempenhando a profissão de correspondente estrangeiro em casas comerciais.
Pessoa destacou-se dos outros escritores pelas mais diversas razões. Pela habilidade demonstrada nas suas descrições da inquietação e da natureza desassossegada do ser humano, sendo a sua obra «Livro do Desassossego» a mais conhecida internacionalmente. Pelo seu génio efervescente, que desafiou os limites da imaginação humana. Pelo valiosíssimo legado que nos deixou e que continua a ter impacto, nos dias de hoje, na nossa forma de sentir e ver o mundo.
A vida e obra de Pessoa foram profundamente marcadas pela sua inconstância e pelo seu espírito fragmentado, o que se terá traduzido não só nas inúmeras personalidades que criou, mas também nas diferentes posições e atitudes políticas, muitas vezes contraditórias, que tomou ao longo da sua vida.
Sentado no café A Brasileira, que costumava frequentar, Pessoa viajou pelo mundo. No meio da confusão da cidade lisboeta, soube apreciar a quietude e a paz do campo. E, apesar da sua personalidade tímida e tendencialmente discreta, a verdade é que a sua visão marcou profundamente a literatura portuguesa, e a sua voz, outrora rouca e pigarreada, chega até nós mais impetuosa que nunca, ecoando nas nossas mentes e nos nossos corações.
Texto de Sofia Furtado, n.º 26, 12.º LH1